quinta-feira, 5 de novembro de 2009


Sei que algumas pessoas poderão não concordar com o que vou escrever hoje, mas realmente faz muito tempo que penso neste assunto..... Muito tempo mesmo, desde o dia que um amigo me chamou de princesa e eu muito indignada até me exaltei dizendo que de princesa não tenho nada, aliás a luta sempre foi meu caminho. Talvez um pouco de exagero, pois em minha cabeça, princesas eram seres que nada tinham a contribuir com a sociedade além de serem ou melhor, terem nascido princesas.

Que preconceito bobo, todas nós mulheres somos princesas e plebéias, dependendo da necessidade que se apresente a nós, nos travestimos de uma ou de outra, até porque no caso específico, tiramos algumas vantagens de sermos antes de tudo mulheres.

A verdade é que cada uma delas tem seu valor e seu lugar na sociedade, pois sempre aprendemos que princesas são aquelas que nascem em casas reais, que passam a vida apenas cumprindo compromissos oficiais relacionados com a posição a que estão condicionadas. Elas nascem, crescem e vivem assim, dentro de normas ou regras ditando ou não estilos, mas sempre princesas por direito de título honorífico.

Mas tem também as princesas rebeldes, que não aceitam apenas as atribuições oficiais e vão para a vida sem medo de ser felizes. Que lutam por uma causa justa e que se engajam em ongs ou que vão para o sistema e procuram mudar o status quo, até pelo poder de serem princesas.

Nestes casos, elas nem seriam mais só princesas, pois engajadas, estariam mais para plebéias por estar junto ao povo, exercendo funções que de modo geral não estamos acostumados a ver. Mas ainda são princesas.

Já a mulher comum, que para alguns parece sem atrativo por não ser princesa, ela é aquela que ajuda o mundo a girar, que faz o estilo na rua, que vai ao supermercado, que busca compras na feira, que entra na padaria e escolhe o melhor para a sua família, para si.

A mulher que olha a vitrine, que faz as contas para ver se o dinheiro é suficiente, que se preocupa com os preços que sobem, com o combustível se ele será suficiente, que providencia a pipoca e a cerveja para o futebol...... Sim a mulher comum, a plebéia, mas que se transmuta em princesa, sempre que o homem amado a ela se dirige e lhe diz o quanto ela é importante.

Bem, de certa forma, existem diferenças, mas hoje, no moderno mundo que vivemos, ninguém mais consegue distinguir uma da outra, porque ambas estão fundidas, ou melhor, estão lado a lado e buscando o mesmo objetivo: um mundo mais justo.

Por incrível que possa parecer aos olhos de todos, as princesas e as plebéias estão de mãos dadas, elas são executivas, modelos, atrizes, funcionárias de empresas, dirigentes de clubes, gerentes de casas noturnas, donas de postos de gasolina, de atelier de costura, de pintura, são chefes de cozinha, donas de restaurantes, quituteiras, donas de butiques, cantoras, senadoras, prefeitas, presidentes, são atletas de alto nível, ou de final de semana, professoras, ministras, guerrilheiras, combatentes de guerra, jornalistas, taxistas, artistas de circo........ enfim........ As princesas e as plebéias são antes de tudo mulheres, e como mulheres matam um leão por dia (um modo de dizer), mas tem que fazer, e a jornada é sempre dupla: trabalho fora e trabalho em casa.

Por tudo isso, ainda somos o amparo dos homens, pois na hora do choro, do desespero, da perda, da tristeza, em que ombro os homens procuram consolo? Qual colo eles querem? O nosso é claro, o ombro e o colo das mulheres, podendo ser a mãe, a irmã, a tia, a esposa, a namorada, a amiga, a amante..... A mulher . Isso sem falar da hora de comemorar, mas isso é assunto para outra história.

Princesas e Plebéias, nós somos a mola que move o mundo, nós ditamos o estilo da estação, nós ditamos as regras, nós buscamos o espaço, nós lutamos, nós educamos os filhos, nós precisamos dos homens e não temos medo de admitir, nós somos as PODEROSAS, somos MARAVILHOSAS, porque somos MULHERES, sem cor, sem religião, sem biótipo, e principalmente: SEM MEDO DE SER FELIZ.

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